Artéria Subclávia Direita Aberrante (ARSA)

A artéria subclávia direita normalmente tem origem como primeiro vaso do tronco braquiocefálico no arco aórtico. Uma artéria subclávia direita aberrante origina-se como um vaso separado do tronco braquiocefálico e passa por trás da traquéia. A prevalência de artéria subclávia aberrante na população é baixa (cerca de 1 a 1,5%) e alta nos fetos com Síndrome de Down (de 30 a 40%). Dessa forma este achado aumenta o risco para o feto ser portador da Síndrome de Down. Por um outro lado, quando a artéria subclávia direita tem sua origem habitual, o risco do feto ser acometido pela trissomia do cromossomo 21 é reduzida.

Como fazer para obter a imagem da Artéria Subclávia Direita?

Para identificar a artéria subclávia devemos seguir os seguintes passos:

  1. No preset de ecocardio fetal, localize o corte de 3 vasos e traquéia (corte transversal um pouco acima do coração, também conhecido como 3VT)
  2. Ligue o Doppler colorido e diminua o PRF, como a velocidade do sangue nesta artéria é menor, deixe ele ajustado para 15 a 25 cm/s
  3. Bascule lentamente o transdutor para cima e em direção ao ombro fetal direito, quando estiver insonando a artéria subclávia direita você terá a seguinte imagem:

Referência:

  1. Zalel Y, Achiron R, Yagel S, Kivilevitch Z. Fetal aberrant right subclavian artery in normal and Down syndrome fetuses. Ultrasound Obstet Gynecol. 2008 Jan; 31(1): 25-9.
  2. Chaoui R, Heling KS, Sarioglu N, Schwabe M, Dankof A, Bollmann R. Aberrant right subclavian artery as a new cardiac sign in second- and third-trimester fetuses with Down syndrome.Am J Obstet Gynecol. 2005 Jan; 192(1): 257-63.

Progesterona e o Risco de Parto Prematuro em Mulheres com Colo Uterino Curto

A controvérsia sobre o uso da progesterona na prevenção do trabalho de parto prematuro parece estar novamente em pauta. Um estudo conduzido pelo Dr. Eduardo Fonseca demonstrou uma redução no número de partos prematuros abaixo de 34 semanas quando a progesterona é utilizada em pacientes com risco aumentado devido ao encurtamento cervical.

Introdução

Estudos randomizados anteriores mostraram que a administração de progesterona em mulheres que tiveram partos prematuros reduz o risco de um novo parto prematuro. As mulheres assintomáticas no segundo trimestre quando tem colo uterino curto tem risco extremamente aumentado para um novo parto prematuro espontâneo, e se desconhece se a progesterona reduz este risco em tais mulheres.

Métodos

O comprimento cervical foi medido por ultrassonografia transvaginal em por volta da 22ª. semana da gestação (de 20 a 25 semanas) em 24.620 mulheres grávidas que faziam pré-natal de rotina. O comprimento cervical era de 15 milímetros ou menos em 413 das mulheres (1.7%), e 250 (60.5%) destas 413 mulheres foram escolhidas aleatoriamente para receber a progesterona vaginal (200 mg cada noite) ou placebo de 24 a 34 semanas da gestação. O desfecho avaliado foi o parto prematuro antes de 34 semanas.

Resultados

O parto prematuro espontâneo antes de 34 semanas da gestação foi menos freqüente no grupo da progesterona do que no grupo do placebo (19.2% vs 34.4%; risco relativo, 0.56; intervalo de confiança de 95% [CI], 0.36 a 0.86). A progesterona foi associada com uma redução não significante na morbidade neonatal (8.1% vs 13.8%; risco relativo, 0.59; CI de 95%, 0.26 a 1.25; P=0.17). Não houve nenhum evento adverso grave associado com o uso da progesterona.

Conclusão

Nas mulheres com um colo uterino curto, o tratamento com progesterona reduz a taxa de parto prematuro espontâneo.

Título Original: Progesterone and the Risk of Preterm Birth among Women with a Short Cervix

Fonseca EB, Celik E, Parra M, Singh M, Nicolaides KH; Fetal Medicine Foundation Second Trimester Screening Group.
Harris Birthright Research Centre for Fetal Medicine, King’s College Hospital, London, United Kingdom.

box_alertObservação: Esta é uma tradução livre, realizada com o objetivo de simplificar a leitura pelo usuário. Aqueles que desejarem informações complementares devem consultar o artigo original, que tem acesso gratuíto e está publicado em: N Engl J Med. 2007 Aug 2;357(5):462-9.


Indução do Trabalho de Parto versus Monitoramento Expectante para Hipertensão Gestacional ou Pré-Eclâmpsia Leve após 36 Semanas de Gestação (Estudo Hypitat)

Cerca de 6 a 8% das gestações são complicadas por doenças hipertensivas como a hipertensão gestacional e a pré-eclâmpsia. Estas doenças tem contribuição substâncial para a morbidade e mortalidade materna e neonatal a nível mundial. Na Holanda essas doenças são a principal cuasa de mortalidade materna. A maioria das doenças hipertensivas tem início clínico após a 36a semana de gestação. Com relação ao manejo das pacientes com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia leve, existem poucos estudos comparando o manjo espectante versus indução de parto. Nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos, a indução é uma prática clínica já realizada mas, antes deste estudo, essa prática era realizada sem base em estudos randomizados. Entretanto, na Holanda, a conduta expectante é o protocolo utilizado na maioria dos hospitais.

O estudo em questão avaliou 756 gestantes em 38 centros da Dinamarca, todas gestações únicas de pacientes com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia leve. Elas foram randomizadas numa relação de 1:1 para indução versus manejo expectante. Os desfechos avaliados incluiram todos os eventos desfavoráveis materno como morte, eclâmpsia, HELLP síndrome, edema pulmonar, tromboembolia, descolamento prematuro de placenta, evolução para pré-eclâmpsia grave e hemorragia puerperal. 397 mulheres recusaram ser randomizadas mas permitiram que seu prontuário fosse utilizado para estudo. Os pesquisadores observaram que, no grupo das mulheres randomizadas 31% das pacientes induzidas tiveram um desfecho desfavorável, comparado com 44% no grupo de conduta expectante. Em outras palavras, mulheres que foram induzidas tiveram um risco relativo 29% menor de um desfecho desfavorável quando comparadas com as mulheres em conduta expectante. Nenhum caso de morte materna ou neonatal foi observado em ambos os grupos.

Surpreendentemente, menos operações cesareanas foram necessárias no grupo de indução. Este resultado é de grande importância, porque mulheres um cicatriz uterina tem um risco maior de rutura uterina em trabalhos de parto de gestações subsequentes.

Os autores ponderam que “o resultado do estudo é importante tanto para países desenvolvidos onde a indução de parto em gestações com mais de 36 semanas é controverso, como para países subdesenvolvidos, onde a morbimortalidade é substancialmente maior. Nossos achados de que a indução de parto reduz a chance de pré-eclampsia grave, HELLP síndrome e necessidade de cesáre, além de enfatizar a importância de se aferir a pressão arterial nas últimas semanas da gestação”.

Em conclusão os autores afirmam: “nós acreditamos que a indução do trabalho de parto deve ser recomendada para mulheres com hipertensão gestacional com níveis pressóricos diastólicos maiores que 95 mmHg ou pré-eclâmpsia acima de 37 semanas.”

box_infoKoopmans CM, Bijlenga D, Groen H, Vijgen SM, Aarnoudse JG, Bekedam DJ, van den Berg PP, de Boer K, Burggraaff JM, Bloemenkamp KW, Drogtrop AP, Franx A, de Groot CJ, Huisjes AJ, Kwee A, van Loon AJ, Lub A, Papatsonis DN, van der Post JA, Roumen FJ, Scheepers HC, Willekes C, Mol BW, van Pampus MG; HYPITAT study group. Induction of labour versus expectant monitoring for gestational hypertension or mild pre-eclampsia after 36 weeks’ gestation (HYPITAT): a multicentre, open-label randomised controlled trial. Lancet. 2009 Sep 19;374(9694):979-88.


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