Rastreio de trabalho de parto prematuro

A prematuridade ainda é a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal.

O screening (rastreamento) deve ser feito utilizando a história obstétrica de parto prematuro prévio e comprimento cervical (modelo combinado), constitui a melhor ferramenta para predizer o parto prematuro espontâneo.

 

Quando eu faço?

  • Pacientes com história prévia de parto prematuro;
  • Pacientes com anomalias uterinas, como útero unicorno.

Estas pacientes acima devem medir a cada 2 semanas entre 11 e 14 semanas (primeiro trimestre).

Nas mulheres sem história prévia deve ser realizada nas 20-24 semanas de gestação (18-24 semanas).

A medida ultrassonográfica do colo uterino entre 20 – 25 semanas de gestação pode aumentar a identificação de mulheres com risco tanto em gestações únicas como em gemelares.

A medida do comprimento cervical, como teste de rastreamento, é usada devido ao seu baixo custo, curta curva de aprendizado, e boa tolerância das pacientes.

Sua avaliação à época da ultrassonografia morfológica de segundo trimestre é determinante na avaliação de risco para prematuridade e deve ser oferecida à todas as gestantes neste período da gestação.

A melhor técnica para avaliação do colo uterino no rastreio de trabalho de parto prematuro é a técnica transvaginal. Padrão ouro. Transdutores endocavitários de 5 MHz. A bexiga deve estar vazia e em decúbito dorsal. Medir o corte sagital (longitudinal) da cervix. Os calipers são usados para medir a distância linear entre a área triangular mais ecogênica no orifício externo (OE) e a incisura em formato de V no orifício interno (OI).

Cérvix curva: a cérvix é frequentemente curva e nesses casos a medida do comprimento cervical realizada com uma linha reta entre os óstios internos e externos é inevitavelmente mais curto do que uma medida realizada ao longo do canal endocervical. Do ponto de vista clínico o método não tem importância uma vez que quando a cérvix está encurtada está também reta.

Afunilamento cervical: a dilatação do OI, observada como um afunilamento, não é mais que um simples reflexo do processo de encurtamento que irá eventualmente resultar em parto prematuro. Quase todas as mulheres com cérvix curta tem um afunilamento do OI. Mulheres com uma cérvix longa e afunilamento não tem um risco aumentado para parto prematuro.

Medidas do comprimento cervical:

Valores de normalidade:

Técnica endovaginal: 25 mm.

Atenção: o apagamento progressivo é mais significativo que uma medida isolada anormal do seu comprimento.

A identificação precoce dos grupos de risco aumentado para trabalho de parto prematuro (história de parto prematuro anterior, útero bicorno/unicorno) permite monitorar o comprimento do colo uterino e a partir de uma  idade gestacional mais precoce, avaliando-o idealmente a partir  do primeiro trimestre de gestação (11 e 14 semanas de gestação), estando preparado para intervenções precoces oportunas (progesterona vaginal, cerclagem cervical e pessário cervical).